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    Quase 1 milhão de trabalhadores cobram aumento em setembro

    Qui, 06 de Setembro de 2012, 07h20min

    Amparadas por reajuste de 14% do salário mínimo, resultados das recentes greves de servidores federais e alto índice de aumentos acima da inflação no primeiro semestre, ao menos 14 categorias negociam dissídios coletivos em setembro, representando cerca de 1 milhão de pessoas.


    O mês, de tradicionais embates liderados por sindicatos com poder de interferir no cotidiano da população, concentra o período de reivindicações de classes aguerridas, como bancários, petroleiros e metalúrgicos.


    Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que, nos seis primeiros meses do ano, 97% das negociações tiveram como resultado reajuste acima da inflação para os trabalhadores, o mais alto índice da série histórica de acompanhamento das campanhas salariais, iniciada em 1996.


    Da mesma forma, foi recorde o aumento real médio de 2,23% obtido pelas categorias, apesar da trajetória de desaceleração da economia. Com os primeiros sinais de retomada aparecendo, incluindo na indústria, a tendência é de que 2012 feche como o melhor ano para os trabalhadores nas negociações com os patrões, diz José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese nacional.


    – No segundo semestre, há negociações de grandes categorias, enquanto o crescimento da massa salarial continua, o mercado de trabalho permanece aquecido e aparece a perspectiva de melhora no quadro de emprego até na indústria – afirma Oliveira, que entretanto não vê a possibilidade de uma onda de greves a exemplo da verificada no funcionalismo público nos primeiros meses.


    Para Anselmo Luis dos Santos, diretor adjunto do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os trabalhadores contam com o emprego em alta como um dos principais trunfos nas negociações salariais deste ano.


    – Quando o desemprego está baixo, isso ajuda tanto a base quanto a liderança (sindical) a ter uma posição mais ativa nas negociações. As empresas têm dificuldade de repor mão de obra, e conceder reajuste real (acima da inflação) é uma forma de evitar a saída de trabalhadores, principalmente dos qualificados – avalia Santos.


    Entre as principais categorias em campanha salarial, a dos bancários, com 500 mil trabalhadores no Brasil, pede 5% de reajuste acima da inflação. No último encontro, terça-feira, a Federação Nacional dos Bancos ofereceu 6%, mas incluindo a inflação. Como nesse caso o ganho real seria inferior a 1%, o índice foi rejeitado pela categoria, que ameaça iniciar uma greve no dia 18 deste mês.


    – Apesar do discurso de crise, as campanhas salariais estão tendo aumento real significativo. Inclusive de categorias de setores com rentabilidade bem menor que a dos bancos – afirma Mauro Salles Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (Sindbancários), um dos integrantes da mesa de negociações com os bancos em São Paulo.


    Outra categoria de peso é a dos petroleiros, com cerca de 80 mil trabalhadores. A reivindicação é um reajuste de 10% acima da inflação. Os metalúrgicos do ABC paulistas decidiram na quarta-feira programar um dia de paralisação para pressionar os patrões. Segundo o Dieese, variam de 2,5% a 10% os pedidos de aumento real nas negociações coletivas no segundo semestre.


    DC

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