Mudança para 4G exigirá investimentos de operadoras

Ter, 12 de Junho de 2012, 07h19min

Os preparativos para iniciar a transmissão da internet móvel de quarta geração (4G) deverão concentrar a maior parte dos investimentos das operadoras de telefonia no Brasil. No ano passado as empresas somaram investimentos de R$ 21,7 bilhões, conforme a associação Telebrasil. Ampliação de rede de fibras ópticas, construção de novas antenas e substituição ou atualização de equipamentos de rádio absorverão importante fatia dos aportes do setor até 2017.

Diretor de relações governamentais e industriais da Ericsson no Brasil, Ricardo Tavares estima que os investimentos para melhorar a estrutura de transmissão nas faixas de 3G e 4G já começarão no segundo semestre deste ano. Os investimentos serão necessários para atender a uma demanda em crescimento no país e para cumprir com os prazos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Rodrigo Dienstmann, diretor de operadoras da Cisco do Brasil, explica que o tráfego de dados por dispositivos móveis crescerá 79% ao ano no Brasil nos próximos anos, devido à ascensão da classe média e a propagação de dispositivos móveis.

Parte significativa dos recursos devem ser direcionados à construção de torres de transmissão. Isso porque as antenas que trabalham com a frequência 2,5 têm capacidade de atingir uma área menor. Algumas torres de 3G que atendiam a uma região inteira poderão ser reconfiguradas para transmitirem um sinal mais robusto para um empreendimento comercial ou uma empresa de grande porte, enquanto novas torres devem ser erguidas nas capitais.

Outro desafio para a propagação da nova tecnologia será a expansão das redes de fibra óptica que levam o sinal até as estações de rádio e às antenas. Especialistas estimam que atualmente o cabeamento esteja próximo ao limite.

— Algumas redes poderão ser compartilhadas entre 3G e 4G, mas será necessário ampliar a quantidade de fibras óptica para atender à maior demanda — afirma Maurício Higa, gerente de marketing para redes móveis da Huawei do Brasil.

Muitas operadoras poderão atualizar seus equipamentos de transmissão e alterar a frequência de suas antenas com novos softwares. Essa alternativa, utilizada por parte das operadoras quando houve a migração de frequência na Europa e nos Estados Unidos, pode evitar instabilidade no acesso dos usuários durante a montagem de estrutura para o 4G.

— A migração do 3G para o 4G deverá ser mais simples do que foi do 2G para o 3G — analisa Wilson Cardoso, diretor de tecnologia para América Latina da Nokia Siemens Networks.

DC