Em balanço de fim de ano na TV, Dilma ignora pactos, critica pessimistas e promete 2014 melhor
Seg, 30 de Dezembro de 2013, 06h00min
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na noite deste domingo (29), a presidente Dilma Rousseff fez um balanço das ações de seu governo durante o ano. Dilma ignorou os cincos pactos que ela mesma propôs em resposta às manifestações de rua de junho, criticou duramente a “guerra psicológica” na economia e prometeu melhoras no padrão de vida dos brasileiros em 2014.
A única menção aos protestos durante o pronunciamento, que tem mais de 11 minutos, é curta. “Ampliamos nosso diálogo com todos os setores da sociedade e escutamos seus reclamos, implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos”, afirma.
As manifestações que tomaram as ruas do país levaram a presidente a lançar cinco pactos. Nesta última prestação de contas, ao contrário do que vinha fazendo em pronunciamentos anteriores, a presidente não fez o balanço de cada um dos pactos – pela educação, pela reforma política, pela saúde, pelo transporte público e pela responsabilidade fiscal. A maioria deles não saiu do papel, com exceção do programa Mais Médicos e das destinações de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da Mobilidade para algumas capitais investirem em transporte coletivo.
Dos cinco itens, a presidente só mencionou três no programa de hoje: a educação, a saúde e a reforma política. As melhores em transporte público e o esforço pela responsabilidade fiscal foram deixados de lado do texto que foi ao ar.
Em outubro, ao sancionar o Mais Médicos, e em setembro, em pronunciamento, Dilma havia feito uma “retrospectiva” dos pactos lançados por ela, o que não foi feito agora.
Apesar de ter ignorado os protestos no discurso, a presidente admite que o ano foi marcado por dificuldades. “As dificuldades que enfrentamos aqui dentro e lá fora não foram capazes de interromper o ciclo positivo que vivemos e que tem garantido que a vida dos brasileiros melhore gradativamente a cada ano”, disse.
“Graças ao esforço de todas as brasileiras e de todos os brasileiros, o Brasil termina o ano melhor do que começou.”
UOL