Câncer é segunda maior causa de morte entre catarinenses
Ter, 11 de Junho de 2013, 07h43min
O câncer é a segunda maior causa de morte entre os catarinenses. A constatação é resultado de um estudo realizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), da Secretaria de Saúde de Santa Catarina. O objetivo da pesquisa é conhecer as principais causas de óbitos no estado e, com base nos dados, fazer um planejamento adequado das políticas públicas de saúde e medidas de prevenção das doenças.
O estudo verifica que as doenças do aparelho circulatório, como infarto e derrame, são as que mais têm matado os catarinenses. O levantamento descreve a mortalidade por câncer no estado segundo o sexo, a idade e a localização do tumor no corpo, entre os anos 2000 e 2012. Ao todo, o estudo analisou as causas de mais de 127 mil óbitos registrados no período.
Segundo a epidemiologista Ana Luísa Curi, que desenvolveu o estudo, a faixa etária com maior percentual de mortes, em ambos os sexos, foi entre 60 e 69 anos, seguido pelo grupo de pessoas com idade entre 70 a 79 anos. “Como essa população vive mais, desenvolve mais doenças”, destaca.
Em relação à mortalidade de homens, câncer no pulmão, traqueia e brônquios estão entre as principais causas de morte, em todos os anos observados no estudo. Os tumores malignos de próstata, que entre os anos 2000 e 2005 ocupavam o terceiro lugar, em 2010 e 2012 subiram para a segunda colocação. “Esses índices mostram que, além dos homens continuarem fumando muito, o cuidado
preventivo com o exame de próstata ainda é um tabu”, afirma Ana.
Ainda conforme a epidemiologista, o dado mais preocupante é o crescimento do câncer de pulmão entre as mulheres. Já o câncer de mama, que tem a maior incidência, se manteve estável nos últimos anos, com taxas de 15% de mortes. O câncer de pulmão, no entanto, vem crescendo. Aumentou quase 4% entre 2005 e 2012, se mantendo em segundo lugar entre as causas de morte.
Com o estudo, Ana Luísa identifica que “o aumento da mortalidade por câncer deve-se ao envelhecimento da população e não propriamente ao aumento da força da mortalidade”. Ela explica também que os tumores malignos não estão mais agressivos e matando mais pessoas. O que se percebe é o aumento da população idosa e a vida mais longa acaba sendo propício ao desencadeamento de mais doenças.
Em Santa Catarina, nos anos estudados, houve crescimento do número de mortes por câncer, em ambos os sexos. Os homens catarinenses possuem o maior índice de óbitos, com 57,22%, em 2012. A médica explica o motivo da diferença: “As mulheres se preocupam mais com a saúde preventiva”.
G1