Universal financiava redes de televisão e jornais, aponta MP
Qua, 12 de Agosto de 2009, 08h11min
O dinheiro de fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus era usado para financiar redes de TV e jornais. O esquema de lavagem de dinheiro - que causou a denúncia do bispo Edir Macedo e de mais 9 integrantes da cúpula da Universal - consistia em mandar o dinheiro do dízimo para paraísos fiscais, segundo reportagem do site do jornal O Estado de S.Paulo.
Os recursos voltavam ao país sob a forma de investimentos em atividades não relacionadas à igreja. Em cinco anos - de março de 2003 a março de 2008 - foram movimentados R$ 3,9 bilhões, de acordo com o Ministério Público. Além de Edir Macedo, foram denunciados Alba Maria da Costa, Edilson da Conceição Gonzales, Honorilton Gonçalves da Costa, Jerônimo Alves Ferreira, João Batista Ramos da Silva, João Luís Dutra Leite, Maurício Albuquerque e Silva, Osvaldo Scriorilli e Veríssimo de Jesus.
Segundo o MP, eles usavam empresas de fachada para mandar o dinheiro ao Exterior. De acordo com a denúncia, Edir Macedo e os demais acusados atuavam no esquema há mais de 10 anos. Levantamento feito pelo MP e pela Polícia Civil, com base em dados bancários e fiscais obtidos judicialmente, mostra que a Igreja Universal movimenta cerca de R$ 1,4 bilhão por ano no Brasil, dinheiro arrecadado por meio do pagamento de dízimo por seus milhares de fiéis espalhados por 4,5 mil templos, instalados em 1,5 mil cidades do país.
Segundo outra matéria publicada no jornal O Globo, Macedo seria o chefe de uma quadrilha que usava empresas de fachada para desviar recursos provenientes de doações dos fiéis da Universal e praticar uma série de fraudes.
Apenas em 2004 e 2005, as empresas Unimetro Empreendimentos e Cremo Empreendimentos teriam recebido R$ 71 milhões da Igreja Universal. O dinheiro seria usado em benefício da quadrilha denunciada, o que, em tese, desvirtuaria a finalidade das doações à Universal, que tem isenção de impostos.
Contraponto
O advogado dos líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, Arthur Lavigne, afirma que as empresas apontadas pelo Ministério Público como fachada para a movimentação do dinheiro pago por fiéis como dízimo já foram fiscalizadas pela Receita Federal e tiveram suas contas aprovadas.
Lavigne apresentou à reportagem um “Termo de Encerramento de Fiscalização” da Receita Federal em que está descrita a movimentação, referente ao ano de 2005, de quatro contas da Cremo Empreendimentos S/A nos bancos do
Brasil, Safra, Rural e Bradesco.
(Fonte: diario.com.br)