Governo estende redução de IPI para carro flex até março
Qua, 25 de Novembro de 2009, 07h29min
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta terça-feira que o governo federal vai manter as atuais alíquotas de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros bicombustíveis (álcool e gasolina) e carros a álcool até o dia 31 de março. As faixas beneficiadas com a medida serão as de veículos até mil cilindradas, que permanecem com 3% de alíquota, e a entre mil e duas mil cilindradas, com alíquota de 7,5%. A medida representa uma renúncia fiscal de R$ 1,3 bilhão.
Segundo Mantega, a medida segue a postura do governo de estimular fabricantes que preservem o meio ambiente, como neste caso, carros que emitam menos CO2. “Estamos fazendo uma distinção e estimulando o consumo de carros flex”, disse.
“Para a industria automobilística vamos combinar redução de tributos a menor emissão de carbono na atmosfera. Hoje em em dia o Brasil está muito preocupado com isso. Nós vamos a Copenhague com propostas muito fortes”, afirmou ele.
Em dezembro de 2008, o governo decidiu reduzir as alíquotas de IPI cobradas de veículos para estimular as vendas, abatidas por conta da crise financeira internacional. Inicialmente, o tributo sobre veículos flex deveria voltar à alíquota cheia no ano que vem, com 7% para carros até mil cilindradas e 11% para os entre mil e duas mil cilindradas. Acima disso, os veículos flex seguem com alíquota de 18%.
No caso dos automóveis a gasolina de até mil cilindradas, a alíquota de 3% subirá para 5% em dezembro e, a partir de janeiro do ano que vem, será de 7%. Os veículos a gasolina de até duas mil cilindradas, atualmente com IPI de 9,5%, terão alíquota de 11% em dezembro e de 13% a partir de janeiro. Acima desses modelos, a alíquota segue em 25%.
O incentivo fiscal do governo, previsto originalmente para terminar em março e que foi prorrogado, sustentou as vendas de carros no País, com o Brasil sendo um dos únicos lugares do mundo a apresentar expansão do setor automotivo ao longo de 2009.
Segundo dados da Anfavea, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus de janeiro a outubro somaram 2,6 milhões de unidades, alta de 6,1% ante igual período de 2008.
Para o fechamento do ano, a entidade estima oficialmente avanço de 6,4%, para o recorde de 3 milhões de unidades, embora já tenha indicado que o número final poderá chegar a 3,08 milhões.
Quase nove em cada 10 automóveis e comerciais leves vendidos no Brasil de janeiro a outubro deste ano foram bicombustíveis, de acordo com dados da Anfavea, associação que representa as montadoras.
Na entrevista coletiva desta terça-feira, Mantega também anunciou a prorrogação até junho de 2010 da alíquota zero de IPI para caminhões.
“Estamos estimulando a compra de caminhões novos. Temos hoje no Brasil uma frota antiga. (...) Vamos prolongar a redução de IPI para junho do ano que vem, eles permanecem com alíquota zerada até junho do ano que vem, para estimular uma mudança na frota de caminhão”, disse.
Fonte:Terra